A unificação da data-base, em 1º de setembro, conquistada em 1982, e depois a unificação das mesas de negociação, foram fundamentais para consolidação da categoria bancária como uma das mais importantes e organizadas do país. Esta mobilização nacional e as lutas encampadas, nos levou a conquistar diretos legítimos, que vêm sendo garantidos ao longo dos anos.
Mais uma vez, entramos em uma Campanha Nacional com a expectativa de renovar os nossos direitos e conquistar outras questões relevantes para a categoria.
Depois dos encontros e conferências, a categoria apresentou uma pauta que só começou a ser negociada efetivamente nos últimos dias do mês de agosto. Assim como vem acontecendo nas últimas campanhas, o cenário tem se repetido com proposta apresentada pela Fenaban nos últimos minutos do fim da nossa Convenção.
Com o fim da ultratividade, promovida pelo governo Temer, que acabou com a garantia dos direitos dos trabalhadores no fim da data-base, a categoria tem sido pressionada a aceitar as propostas sob a ameaça de ficar sem o Acordo Coletivo e todos os direitos nele previstos.
Com essa estratégia, os trabalhadores têm sido levados a votarem em acordos que, muitas vezes, não atendem as expectativas e que tem deixado cada vez mais a sensação de frustração, por acreditarem que pela conjuntura política e econômica, e com os bancos apresentando números cada vez maiores na lucratividade, poderíamos ter um desfecho melhor nas negociações.
Este ano, a história se repete e a categoria vai para uma assembleia com a indicação pelo Comando Nacional de aprovação da proposta. Anunciado como uma “grande vitória”, o acordo apesar de garantir direitos já conquistados com muita luta e que não deveriam nem ser colocados em discussão, não reflete os anseios das bancárias e bancários.
Se o nível de mobilização dos trabalhadores não é avaliado como suficiente para o enfrentamento e para garantir novas conquistas, é necessário repensar as estratégias e as táticas utilizadas para que nossas lutas possas acontecer com o envolvimento da categoria e assegurar que as negociações possam acontecer sendo os funcionários os atores principais, sem a ameaça do fim da ultratividade e da retirada de direitos.
Não podemos continuar negociando sendo ameaçados. É necessário que as nossas demandas sejam as prioridades e não apenas a garantia do que já temos.
A realidade é que, da forma que as negociações aconteceram e a orientação nacional de aprovação da Convenção, coloca os trabalhadores praticamente sem a opção de lutar para que a proposta seja modificada, sob o risco de ficar fora do acordo, com todos nossos direitos suspensos e sem a nossa unidade nacional.
É necessário a urgência de rediscutir as nossas estratégias de enfrentamento nas lutas da categoria. Não podemos entrar nas negociações sem que os trabalhadores estejam mobilizados para a luta. Não podemos confiar apenas nas negociações. É necessário antecipar o calendário, para que, muito antes de vencer a ultratividade, a categoria possa demostrar seu descontentamento e sua disposição para a luta, para que os banqueiros atendam nossas reivindicações.
A história das nossas lutas e vitórias não podem ser esquecidas. Devemos continuar unidos e cada vez mais organizados como categoria nacional para que as nossas lutas continuem dando frutos.
Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região