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Ato em defesa da soberania nacional mobiliza lideranças políticas e de movimentos sociais

Um grande ato em defesa da soberania nacional e do patrimônio brasileiro reuniu, nesta quarta-feira (4), no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), senadores, deputados federais, lideranças políticas nacionais, trabalhadores de empresas públicas e representantes de movimentos sociais como quilombolas, indígenas, sem terra e fóruns em defesa de moradia popular. O ato fez parte do Seminário: Soberania Nacional e Popular-Contra as Privatizações, organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e pelos partidos de oposição. No encerramento do evento, foi aprovado um calendário de mobilizações, dentre elas ato em defesa dos bancos públicos, marcado para 15 de outubro, em São Paulo.

Durante o seminário, também aconteceu o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional e do Manifesto em Defesa da Soberania Nacional. O documento diz que “a nação está de joelhos” e reforça o combate ao neoliberalismo endossado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e à política externa da gestão, marcada pela aproximação crescente entre Brasil e Estados Unidos, país comandado pelo líder de extrema direita Donald Trump. O manifesto também ressalta a defesa do patrimônio nacional, com destaque para a Amazônia, os bancos públicos e estatais como Petrobras, Eletrobras e Casa da Moeda, hoje na mira do ministro da Economia, Paulo Guedes.

O evento contou com a participação do ex-candidatos a presidência da República Fernando Haddad e Guilherme Boulos; a ex-presidenta Dilma Rousseff; e o ex-senador Roberto Requião. O processo de desmonte das empresas públicas e de programas sociais, além dos ataques às universidades públicas marcaram as falas das lideranças políticas e representantes de entidades sindicais e associativas que participaram do seminário.

“Os ataques estão vindo de todos os lados. Por isso, a Fenae os empregados da Caixa se juntam a todas as entidades aqui presentes para nos mobilizar contra esses ataques. A retomada do princípio da soberania, de respeito ao patrimônio público brasileiro, é uma pauta de todos nós”, destacou Jair Ferreira, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), durante pronunciamento no seminário.

O dirigente chamou atenção também para o papel social dos bancos públicos, que têm atuado ao longo dos anos como fomentadores do desenvolvimento econômico e social do país, gerando empregos, viabilizando moradia popular, obras de infraestrutura e outras políticas sociais.

A defesa dos bancos públicos e da soberania nacional também marcou a fala da representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa e coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Rita Serrano. “Desde 2016, durante um grande ato que realizamos no Rio de Janeiro, já havia discussão sobre a ameaça as empresas públicas e o risco de privatização”, lembrou.

Nesses últimos três anos, o desmonte das empresas públicas, segundo a conselheira eleita, se acentuou e as entidades representativas dos trabalhadores dessas instituições, que integram o comitê, têm resistido e intensificado a mobilização por todo o país, no sentindo de conscientizar a sociedade sobre a importância do setor público para o país. “Foram mais de 150 audiências em todo o país e precisamos intensificar essa resistência.  As empresas públicas não pertencem a esse governo, são do povo brasileiro e nós precisamos defendê-las”, frisou.

 

O debate sobre soberania nacional contou com a participação do ex-chanceler Celso Amorim.  Para ele, está ocorrendo apropriação indébita do conceito de soberania pela extrema direita. “A nossa concepção de soberania é a defesa dos recursos naturais, da nossa capacidade de desenvolvimento autônomo, uma política externa que sempre busque o interesse nacional.  Já a visão da soberania do atual do governo é de não respeitar as normas internacionais, como se o Brasil não estivesse inserido no mundo.”, disse Amorim.

Unidade e resistência foram os principais pontos destacados por representantes de outras entidades que estiverem presentes no encontro sobre soberania nacional. “Nós realizamos uma conferência nacional  em São Paulo e os delegados e delegadas de todo o país deliberaram propostas para defender a soberania e o patrimônio do nosso país”, disse Juvandia Moreira, presidenta da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

 

Assista aqui o vídeo do depoimento do presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, durante o evento.

 

Fonte: Fenae

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