Bancários se juntaram aos estudantes e trabalhadores da educação, nesta quinta-feira (30), para mais um Dia Nacional de Mobilização contra o corte de verbas na educação e a reforma da Previdência, propostos pelo governo de Jair Bolsonaro. A atividade contou com milhares de brasileiros, que foram às ruas em defesa do ensino público e da aposentadoria, rumo à Greve Geral de 14 de junho.
Convocada pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a mobilização contou com o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de entidades filiadas à Central, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
“Vamos às ruas para defender os investimentos em educação. Um país que não investe em educação é um país sem futuro”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
De acordo com a presidenta da UNE, Marianna Dias, os protestos são em resposta à falta de consideração do governo com a educação dos brasileiros. “Nossa mobilização segue contra os cortes no orçamento da educação e os ataques à autonomia das universidades. A resposta dos estudantes à falta do diálogo do governo e a forma como trata a educação e a pesquisa está nesse grande movimento nas ruas”, avaliou.
O dia começou com manifestações pela internet. A tag #30MpelaEducacao começou a circular desde o início da semana e alcançou, nesta quinta (30), a primeira posição da rede social, Twitter, no Brasil, e a quarta posição no ranking mundial.
Nas ruas, milhares de pessoas se manifestaram com cartazes dizendo: “Educação não é gasto, é investimento”, “A crise na educação não é crise é projeto”, “Educação não é esmola”. De acordo com a UNE, em Salvador, 30 mil pessoas foram às ruas. O mesmo número também foi registrado no Distrito Federal.
Atividades pelo país
A UNE informou em seu site, que dessa vez, municípios com menor número de habitantes também organizaram manifestações.
No estado da Bahia, Vitória da Conquista, Serrinha, Feira de Santana, Ilhéus, Nazaré, Planalto, Guanambi e Juazeiro registraram manifestações. Em Pernambuco, Vitória de Santo Antão, Araripina, Caruaru, Garanhuns, São José do Egito, Flores e Pejeú foram alguns dos municípios que tiveram suas ruas tomadas por manifestantes. Sergipe, Paraíba, Ceará Alagoas e Rio Grande do Norte também registraram atos em diversas cidades do interior.
No norte do país, a capital do Acre, Rio Branco e a cidade de Marabá, no Pará, também realizaram manifestação.
Nas regiões sul e sudeste foram registrados atos em Ponta Grossa, no Paraná, Curvelo e Visconde do Rio Branco, em Minas Gerais, na capital do Espírito Santo, Santa Rosa, no Rio Grande Do Sul e diversas cidades do interior de São Paulo e Rio de Janeiro.
Rondonópolis e Tangará da Serra no Mato Grosso, e o município de Céres, em Goiás, realizaram atos.
A UNE informou que ao final da tarde grandes manifestações ainda devem acontecer também no Rio de Janeiro, na Cinelândia, e em São Paulo, no Largo da Batata.
Atividades internacionais
A voz dos estudantes e trabalhadores ultrapassou fronteiras e alcançou territórios internacionais. Na Espanha, Inglaterra, Portugal, Holanda, Suíça, Irlanda e nos Estados Unidos, manifestantes foram às ruas em defesa da educação.
Greve Geral de 14 de junho
A mobilização também é um “esquenta” para a greve geral, que será realizada pela CUT e demais centrais sindicais (Força, UGT, CTB, CGTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Nova Central), no dia 14 de junho, em todo o país.
De acordo com Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), os trabalhadores vão às ruas porque não admitem ter de trabalhar por 40 anos para acessar a aposentadoria integral. “Os trabalhadores não aceitam um sistema de capitalização que só aumentará os já escorchantes lucros dos banqueiros. Não admitem ser prejudicados por uma proposta que piora a vida da maioria da população, mas, principalmente, pune as mulheres e os mais pobres. Não querem os professores nas salas de aula até os 60 anos nem trabalhadores do campo sem direito de se aposentar”, afirmou.
Segundo levantamento feito pelas CUTs e pela UNE, 24 capitais, Distrito Federal e mais de 150 cidades das Regiões Metropolitanas e do Interior dos estados já têm atos confirmados para o dia 14 de junho. Na data, serão realizadas assembleias, atos, mobilizações e panfletagens nas praças, nos locais de trabalho, nas ruas da cidade, com objetivo de explicar como a reforma da Previdência do governo Bolsonaro impactará na vida da classe trabalhadora.
Fonte: Contraf-Cut