Bancários do Santander e do Itaú paralisaram suas atividades, na última semana, contra as medidas que prejudicam os trabalhadores e foram implementadas, sem qualquer consulta aos funcionários ou seus representantes sindicais, desde a aprovação da reforma trabalhista.
Os dois bancos foram pioneiros em determinar que as rescisões não devem mais ocorrer no Sindicato, o que dificulta o apoio jurídico aos trabalhadores demitidos, bem como a revisão pelos diretores sindicais das verbas, irregularidades e erros materiais.
Na quarta-feira (31), a agência Santander/Vitória da Conquista e o PAB permaneceram sem funcionamento. O ato também protestou contra a implantação de um sistema para forçar a assinatura em um Acordo Individual de Banco de Horas Semestral, o que é inconstitucional.Novamente sem dialogar com os bancários e seus representantes, o Santander alterou o dia de pagamento dos salários, do dia 20 para o dia 30, e os meses de pagamento do 13º salário, antes, março e novembro, agora, passam a ser maio e dezembro. “Nós exigimos do Santander uma mudança de postura imediata. O banco só tem aumentado as demandas, as cobranças e o horário de funcionamento das agências. O tempo que os funcionários possuíam para fazer as atividades operacionais diminuiu, estamos abrindo a agência uma hora mais cedo – o que resulta em mais atendimentos -, e temos menos funcionários, pois postos de trabalho foram fechados. Por tudo isso, o banco não nos deixa escolha a não ser a mobilização em busca de melhores condições de trabalho”, afirma Wolney Soares, diretor do SEEB/VCR e funcionário do Santander.
Já na quinta-feira (1º), bancários de Brumado, Itapetinga e Conquista aderiram à paralisação de atividades no Itaú. Em dezembro, o banco também tentou promover alterações com relação à definição da data e período de férias de acordo com as mudanças da nova lei trabalhista. O Itaú Unibanco é o maior banco privado do país e registrou lucro líquido recorrente de R$ 18,6 bilhões nos três primeiros trimestres de 2017. Apesar da receita exorbitante, o banco continua fechando postos de trabalho, aumentando a sobrecarga de trabalho e do adoecimento nos trabalhadores bancários e tentando excluir a presença dos sindicatos na defesa dos direitos dos trabalhadores. “Realizar a homologação do desligamento sem a presença do Sindicato e de sua assessoria jurídica representa o risco de que direitos sejam negados aos bancários, justamente em um momento de fragilidade que é a demissão. Além disso estamos na luta por mais contratações, para a melhoria do atendimento à população. Entendemos que valorizar a categoria bancária é também respeitar toda a sociedade”, considera Carlos Alberto Gonçalves, diretor de Esporte e Lazer.
Veja Mais!
Práticas antissindicais do Santander Brasil chegam à direção do banco na Espanha
Práticas antissindicais, contratação fraudulenta de mão de obra mal disfarçada de terceirização, demissões, fechamento de …