O Brasil alcançou um marco em 2022, com a proporção recorde de idosos na população, atingindo 10,9%, enquanto a faixa etária de crianças e jovens até 14 anos diminuiu de 24,1% (45,9 milhões) para 19,8% (40,1 milhões). A mudança demográfica reflete uma transição similar à observada nos países europeus, onde 21% da população têm mais de 65 anos.
A pirâmide etária brasileira passou por uma transformação, encurtando e assumindo a forma de gota com ampliação no topo. Em apenas 12 anos, a parcela de idosos na população saltou de 14 milhões para 22 milhões de habitantes. O fenômeno é resultado da redução nas taxas de fecundidade e mortalidade, fenômenos observados tanto no Brasil quanto na União Europeia.
No Brasil, as condições socioculturais e econômicas que levaram ao envelhecimento populacional ocorreram de maneira concomitante desde os anos 1960, com o processo de industrialização, melhoria nas condições de nutrição e acesso a serviços de saúde.
A queda na fecundidade, atribuída à maior escolarização das mulheres e disseminação de métodos anticoncepcionais, contribuiu para a mudança demográfica. A fecundidade no país passou de 6,28 filhos por mulher, em 1960, para 1,9 filho por mulher em 2010, e 1,76 em 2021. Em 50 anos, a queda da taxa foi de 70%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Embora o Brasil tenha avançado na preparação para esse cenário, ainda há muito a ser feito. Investimentos em educação, oportunidades de emprego e renda para os jovens são essenciais para garantir uma transição suave e sustentável para a população mais envelhecida.
Fonte: SBBA.