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Brasil é recordista em homicídios de jovens nos últimos dez anos

O Atlas da Violência 2019 divulgado, nesta semana, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apresenta dados sobre o aumento da violência no Brasil. De acordo com a pesquisa, os homicídios são a principal causa de morte entre os jovens brasileiros.

A pesquisa mostra que, em 2017, 35.783 jovens foram assassinados no Brasil. Esse número representa uma taxa de 69,9 homicídios para cada 100 mil jovens no país, taxa recorde nos últimos dez anos. Os homicídios foram a causa de 51,8% dos óbitos de jovens de 15 a 19 anos; de 49,4% para pessoas de 20 a 24; e de 38,6% das mortes de jovens de 25 a 29 anos. Nos últimos dez anos, essa taxa passou de 50,8 por grupo de 100 mil jovens em 2007, para 69,9 por 100 mil em 2017, um aumento de 37,5%.

O estudo mostra que os estados com os maiores aumentos na taxa de homicídios de jovens, entre 2016 e 2017, foram: Ceará (+60,0%); Acre (+50,5%); Pernambuco (+26,2%); Rio Grande do Norte (+21,3%) e Espirito Santo (+20,2%). Já o Distrito Federal (-21,3%), o Piauí (-13,9%) e o Paraná (-13,3%) tiveram redução expressiva nos índices do crime.

De acordo com o Atlas da Violência, os dados explicitam a necessidade de políticas públicas focadas na redução de homicídios entre jovens, principal grupo vitimado pelas mortes violentas intencionais. “É fundamental que se façam investimentos na juventude, por meio de políticas focalizadas nos territórios mais vulneráveis socioeconomicamente, de modo a garantir condições de desenvolvimento infanto-juvenil, acesso à educação, cultura e esportes, além de mecanismos para facilitar o ingresso do jovem no mercado de trabalho”, conclui o texto.

Para a secretaria da Juventude da Contraf-CUT, Fernanda Lopes de Oliveira, é preciso lutar para defender o futuro da juventude. “Enquanto observamos esses dados assustadores, o governo dissemina ódio e ataca os direitos dos jovens. Um exemplo disso é o corte nos investimentos na educação. Só com investimento os jovens de hoje poderão mudar esse cenário para as próximas gerações”, disse.

 

Fonte: Contraf-Cut

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