A economia brasileira gerou 1,483 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada em 2023, primeiro ano do novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O saldo de admissões menos demissões foi divulgado nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho, o qual gere o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
De acordo com o Caged, foram 23,2 milhões de admissões e 21,7 milhões de desligamentos ao longo do ano passado. O setor de serviços foi o que mais gerou trabalho, criando 886 mil novos postos. O salário médio de admissão foi de R$ 2.021,73.
O governo federal estimava gerar em 2023 cerca de 2 milhões de empregos formais. O resultado não foi alcançado, em parte, porque, em dezembro, houve 430 mil mais demissões do que admissões –o movimento é explicado por desligamentos sazonais.
“Dezembro não é o melhor mês do Caged. As empresas fazem a rescisão dos contratos temporários. Setor público encerra contratos temporários da saúde e educação”, afirmou o ministro Luiz Marinho, em entrevista coletiva concedida nesta tarde. “Mas os últimos três meses não foram o que esperávamos. Talvez pela informalidade.”
Dezembro, aliás, foi o único mês de 2023 com saldo negativo na geração de empregos. Em dezembro de 2022, o saldo negativo havia sido maior: 455 mil vagas cortadas.
Já considerando o resultado de dezembro, 2023 foi o pior ano para geração de emprego formal no país desde 2020 –ano em que emergiu a pandemia do novo coronavírus. Em 2022, foram gerados 2 milhões de vagas; em 2021, 2,78 milhões.
Marinho afirmou que o resultado do ano tem a ver com o estado da economia nacional. Apesar de ela estar crescendo mais do que o estimado, alguns indicadores ainda atrapalham a geração de emprego. São eles: endividamento das famílias e o patamar da taxa básica de juros, a Selic.
A Selic está em 11,75% ao ano. Começou o ano em 13,75% ao ano. A queda, porém, não foi suficiente para incentivar investimentos e contratações.
Sobre o endividamento, Marinho afirmou que o governo tem tratado do assunto por meio do programa Desenrola Brasil. O percentual de famílias endividadas, apesar do programa, seguiu praticamente estável durante o ano passado.