Embora as mulheres brasileiras já alcancem nível de formação superior ao dos homens, elas ainda são minoria no comando das empresas. Em 2016, 37,8% dos cargos gerenciais no país eram ocupados por elas. É o que revela uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a presença feminina em cargos de gerência diminuiu nos últimos anos. Em 2011, elas respondiam por 39,5% destes cargos – uma queda de 1,7 pontos percentuais em cinco anos.
O retrocesso em 2016 foi puxado pela crise econômica, que afetou principalmente os grupos mais vulneráveis no mercado de trabalho, explicou a gerente da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, Barbara Cobo.
O IBGE revela ainda que a desigualdade entre homens e mulheres na gestão das empresas aumenta com a idade. Conforme os dados mais recentes, de 2016, a proporção de mulheres nos cargos gerenciais era de 43,4% na faixa etária de 16 a 29 anos e caía para 31,3% no grupo de 60 anos ou mais.
O IBGE destacou, ainda, que a desigualdade na ocupação de cargos gerenciais é maior entre mulheres pretas e pardas e homens pretos e pardos do que entre mulheres brancas e homens brancos. Do total de brancos em cargos de gerência, 38,5% eram mulheres, enquanto entre pardos e negros a proporção delas cai para 34,5%.
Cuidados domésticos
Segundo a pesquisadora Luanda Botelho, alguns fatores objetivos contribuem para esta desigualdade. As mulheres, efetivamente, dedicam 73% a mais de horas semanais que os homens aos afazeres domésticos e aos cuidados de pessoas, por exemplo.
Conforme a pesquisa do IBGE, as mulheres que têm ocupação no mercado de trabalho dedicam 18,1 horas por semana aos cuidados com o lar ou com outras pessoas da família, como filhos, por exemplo. Já os homens ocupados dedicam 10,5 horas por semana aos mesmos afazeres.
Observa-se que a desigualdade se acentua em decorrência de questões regionais, bem como de cor ou raça. No Nordeste do Brasil, chega a 19 a média de horas semanais dedicadas aos afazeres domésticos pelas mulheres, contra 10,5 horas dos homens. No Centro-Oeste, a média cai para 16,7 horas para elas e 9,6 horas para eles.
Com informações do G1.