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Caso Queiroz: país aguarda respostas concretas

Em meio às polêmicas envolvendo a família do atual presidente da República, as movimentações financeiras realizadas pelo ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, têm chamado atenção desde dezembro do ano passado, após ser divulgada movimentação bancária de R$ 7 milhões em sua conta entre 2014 e 2017 – valores incompatíveis com seu patrimônio.
Queiroz é policial militar aposentado, foi assessor e motorista de Flávio – filho mais velho de Jair Bolsonaro – até outubro de 2018, quando foi exonerado, e se tornou parte de uma investigação do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro sobre movimentações atípicas registradas no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017, o relatório do Coaf registrou saques em espécie no total de R$ 324.774 e teve R$ 41.930 em cheques compensados. Na época, uma das favorecidas, por meio de cheque, foi a ex-secretária parlamentar, atual mulher do presidente eleito, Michele de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro.
A relação de amizade entre Fabrício Queiroz e Jair Bolsonaro vem de longas datas, comprovadamente desde a década de 1980. E, além de emprego para o amigo, a família do presidente também ofereceu cargos para esposa e filhas de Queiroz, com salários entre R$ 7,5 mil e R$ 9,2 mil mensais. Queiroz recebia da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) um salário de R$ 8.517 e acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar.
Acontece que o ex-assessor já se ausentou de duas audiências no MP, inclusive alegando que sua situação de saúde não o permitiria prestar os depoimentos. No último dia 17, Flávio Bolsonaro, que também se esquivou dos esclarecimentos ao Ministério Público, foi atendido em sua solicitação ao STF. O senador eleito recorreu à prerrogativa do foro privilegiado, buscando a mudança de instância do processo e barrar o avanço de investigação sobre ex-assessor – congelada pelo menos até 31 de janeiro, quando termina o recesso do Supremo. Apesar de não aparecerem para depor, os dois investigados concederam entrevistas a canais específicos de televisão, com versões que não convenceram a opinião pública.
Na terça-feira (22), mais uma situação polêmica. Flávio empregou em seu gabinete a mãe, Raimunda Veras Magalhães, e a esposa, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, do capitão da Polícia Militar Adriano Magalhães da Nóbrega, foragido acusado de comandar uma milícia no Rio de Janeiro que estaria, também, por trás do assassinato de Marielle Franco. Raimunda aparece no relatório do Coaf por ter repassado R$ 4.600,00 para a conta de Queiroz. Outros indícios da aproximação do parlamentar com o capitão da PM foram as homenagens, em 2003 e 2004, na Assembleia Legislativa do Rio, por indicação de Flávio, com elogios à sua atuação como policial.
“É necessário que os envolvidos prestem os esclarecimentos, assumindo seus atos e se submetendo às leis do país, assim como deve acontecer com qualquer cidadão brasileiro”, aponta o diretor de Imprensa e Comunicação do SEEB/VCR, Alex Leite.

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