A defasagem da tabela do Imposto de Renda (IR) vem corroendo a renda do trabalhador brasileiro. De acordo com dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), a correção inflacionária da tabela beneficiaria cerca de 30 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas, pois só quem ganha mais de R$ 4.719,34 ao mês deveria pagar o imposto e não R$ 1.903,98 como é atualmente.
A última atualização parcial da tabela foi feita em 2016 durante o governo Dilma, quando a faixa de isenção passou de R$ 1.787,77 para os atuais R$ 1.903,98. Bolsonaro prometeu zerar o imposto de renda de quem ganhava até cinco salários mínimos, mas não atualizou a tabela em seus quatro anos de governo.
O presidente Lula assegurou que quem ganha até R$ 5 mil estará livre do imposto até o fim do seu mandato. Os estudos para cumprir a promessa já começaram e os brasileiros esperam ansiosamente por um alívio no imposto.
Defasagem acumulada
A Unafisco revela que o último ajuste integral ocorreu em 1996, o que gerou uma defasagem acumulada de 148,1% em janeiro/2023. Caso isso fosse atualizado, os trabalhadores que ganham até R$ 4.719,34 não precisariam pagar o IR, ou seja, cerca de 30 milhões de trabalhadores.
Por outro lado, os cálculos demonstram que haveria uma redução de R$ 239,3 bilhões na arrecadação da União. “Temos a noção de que um reajuste integral exige um esforço fiscal gigantesco e não é trabalho para um único governo fazer de uma vez só. Porém, entendemos que é possível dar um primeiro passo especialmente considerando que foi promessa de campanha não cumprida do governo Bolsonaro e também foi promessa do governo Lula”, afirmou o presidente da Unafisco, Mauro Silva.
Para diminuir a carga tributária para os mais pobres, o governo precisaria taxar lucros e dividendos dos bilionários na reforma tributária.
Fonte: FEEB/BA-SE.