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Depois de quatro meses, 114 mil mortes e 4,1 milhões de casos, país terá ministro da Saúde

O governo anunciou que Eduardo Pazuello será efetivado ministro da Saúde titular nesta quarta-feira (16). A posse será às 17h, no Palácio do Planalto. Pazuello é ministro interino desde 3 de junho, em substituição a Nelson Teich. Este, por sua vez, foi ministro por 28 dias (de 17 de abril a 15 de maio), depois da demissão de Luiz Henrique Mandetta em plena decolagem da pandemia no Brasil. Pazuello passou, então, a comandar o Ministério da Saúde, até ser nomeado ministro interino em 3 de junho. Em 16 de maio, Pazuello acompanhava um gráfico com registros de 15.633 mortes (116 mil a menos) e 233.142 casos (4,1 milhões e menos) de covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. Nesta segunda, o país registrou a soma de 132.006 morte e 4.345.610 casos de contágio.

Em 20 de maio, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que Pazuello ficaria “por muito tempo” como ministro da pasta, mas seu auxiliar na Casa Civil, ministro Braga Netto, afirmava que ele estava no cargo “por tempo determinado”.

O Brasil registrou, nesta segunda-feira (14) 381 mortos por covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Os dados são do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). O número de vítimas é o menor desde o dia 5 de maio, quando o país entrou em uma intensa curva ascendente de contágio e óbitos, que levou à morte 132.006 brasileiros. Desde 15 de maio, o Brasil registrou média diária de cerca de mil mortes por 12 semanas. Foi o país que viveu maior tempo no pico da primeira onda do vírus. Durante esse tempo, foi epicentro da pandemia no mundo, posição superada na última semana pela Índia, país com população 6,5 vezes maior.

Tendências
O Brasil segue como segundo país com maior registro de mortos, atrás apenas dos Estados Unidos. Entretanto, no número de infectados, a Índia supera. O Brasil é um dos que menos testa no mundo. Cerca de 6% da população já passou por algum tipo de verificação de sorotipo para a covid-19.

Os números dos últimos dias confirma a tendência de recuo do vírus no Brasil, apresentada nas últimas duas semanas. No período, a média móvel – medida semanalmente – de mortes por dia oscilou das mil diárias para menos de 800. As segundas-feiras também apresentam represamento nos números da pandemia, devido a uma menor mobilização de centros de diagnósticos em função do fim de semana.

O número de novos casos ficou em 15.155 nas últimas 24 horas, seguindo o padrão diário das últimas semanas. Entretanto, o Brasil apresentou, no fim da última semana, um novo crescimento no contágio, o que fez com que a Imperial College de Londres, uma das maiores instituições de epidemiologia do mundo, estimar que a pandemia havia saído do controle novamente no país, após uma semana de baixo contágio.

O receio dos cientistas é de que o fim de medidas de controle sanitário possam provocar novo aumento nas mortes. Isso, porque, o que se vê pelas ruas, praias e comércios do país são aglomerações cada vez maiores e cada vez menos uso de máscaras. Um dos pontos a serem observados é o efeito do feriado de sete de setembro, que provocou grandes aglomerações, sobretudo em praias. Tais números poderão ser contabilizados a partir desta semana, já que o vírus demora de 10 a 15 dias para de manifestar nos indivíduos de maneira mais agressiva.

Cuidados
Por isso, a situação segue inspirando cuidados. As recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) seguem para evitar aglomerações e saídas desnecessárias, estimulando práticas como o home office quando possível e melhores cuidados possíveis com a higiene, sobretudo com o uso de máscaras.

Hoje (14) a OMS deu uma série de declarações sobre os receios para os próximos períodos. Uma delas envolve, especialmente, as Américas. Ontem (13) foi o dia do histórico de seis meses da pandemia com maior número de novos casos da doença, muito impulsionado pela Índia, Brasil e Estados Unidos, além de países sul-americanos, como a Argentina, que vê crescer o contágio.

“Estamos longe de sair do perigo”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. “Felizmente, o número de mortes parece permanecer em um nível relativamente baixo, pelo menos por enquanto”, prosseguiu.

Outro ponto que preocupa é a Europa. Um dos primeiros epicentros da doença no mundo, após China e Itália, a Espanha voltou a ver a curva de novos casos e mortes subir com força. A OMS alerta para uma segunda onda da doença na Europa, que deve chegar com maior força entre outubro e novembro.

“Vai ser mais duro”, disse o diretor para a Europa da OMS, Hans Kluge. “Em outubro, novembro, vamos observar uma mortalidade mais elevada”, cravou. Após a elevação na Europa, caso a pandemia siga o movimento da primeira onda, países como Brasil e Estados Unidos podem experienciar novo recrudescimento da pandemia, especialmente por contar com governos mais displicentes nos cuidados sanitários.

 

Fonte: Rede Brasil Atual.

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