O desemprego ficou em 12,6% no trimestre encerrado em agosto, segundo dados da Pnad Contínua, divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período, o Brasil tinha 13,1 milhões de desempregados, uma queda de 4,8% em relação ao trimestre terminado em maio.
Assim como no período anterior, a melhora na ocupação ainda é puxada pela informalidade e pelas contratações no setor público, de acordo com o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, porém, houve aumento de 9,1%. Ou seja, segundo o IBGE, em agosto deste ano o Brasil tinha 1,1 milhão de desempregados a mais que no mesmo período do ano passado.
“Dizer que o pior já passou é precipitado. Temos um cenário exógeno, que é uma crise política que está em curso. Essa crise pode reverter todo esse processo de recuperação que a gente vem observando”, ponderou Azeredo.
Segundo o pesquisador, a grande expectativa é saber se o ano de 2017 vai terminar com mais ou menos desemprego do que havia no ano passado. “O que se vem se desenhando até aqui é de uma recuperação desse mercado de trabalho. Mas, para se saber até que ponto esse processo vai avançar, a gente precisa de mais PNADs contínuas para podermos avaliar”, disse.
O pesquisador apontou que o principal indicador de que há melhora no mercado de trabalho é o fato de que, em relação ao trimestre terminado em maio, a população em idade de trabalhar aumentou em 2,1 milhão de pessoas, enquanto a população na força de trabalho (ocupados e desocupados) aumentou em 2 milhões no período.
“Isso mostra que estamos cum um nível de ocupação acompanhando o aumento da população em idade de trabalhar”, destacou.
População ocupada
No trimestre terminado em agosto, o Brasil tinha 91,1 milhões de pessoas ocupadas, um aumento nas duas bases de comparação. A ocupação, segundo Azeredo, está próxima do que foi observado entre em 2013 e 2014.
Na comparação com maio deste ano, 1,4 milhão de pessoas a mais estavam ocupadas (1,5%). Em relação a agosto do ano passado, o contingente aumentou em 1 milhão de pessoas (1%).
Carteira assinada e informalidade
Segundo o IBGE, o número de carteiras de trabalho assinadas se manteve estável na comparação com maio (33,4 milhões). Se comparado com o mesmo período do ano passado, porém, houve queda de 2,2%, o que equivale a 765 mil trabalhadores a menos com carteira assinada neste ano.
O número de empregados sem carteira assinada cresceu em 2,7% na comparação com maio e 5,4% na comparação com agosto do ano passado. “O que a gente percebe agora é um crescimento do emprego sem carteira assinada, com quase 70% dos novos postos de trabalho sendo criados na informalidade“, destacou Azeredo.
Segundo o pesquisador, historicamente, o retorno de toda crise financeira no mercado de trabalho se dá com o aumento de postos de trabalho não registrados.
Massa salarial
A massa de rendimento recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas ficou estável em relação ao trimestre móvel de março a maio e também frente ao mesmo trimestre do ano passado, em R$ 186,7 bilhões, segundo o IBGE.
Destaques da Pnad de agosto:
- O desemprego ficou em 12,6% no trimestre encerrado em agosto; o país tinha 13,1 milhões de desempregados, uma queda de 4,8% em relação ao trimestre terminado em maio.
- Houve aumento de 9,1% frente ao mesmo trimestre do ano anterio, com 1,1 milhão de desempregados a mais.
- No trimestre terminado em agosto, o Brasil tinha 91,1 milhões de pessoas ocupadas. Na comparação com maio deste ano, 1,4 milhão de pessoas a mais estavam ocupadas (1,5%). Em relação a agosto do ano passado, o contingente aumentou em 1 milhão de pessoas (1%).
- O número de carteiras assinadas ficou estável ante maio (33,4 milhões). Mas frente ao mesmo período do ano passado, houve queda de 2,2%, ou 765 mil trabalhadores a menos com carteira assinada neste ano.
- O número de empregados sem carteira assinada cresceu em 2,7% na comparação com maio e 5,4% na comparação com agosto do ano passado.
Fonte: G1