Impulsionada pela pandemia e a política desastrosa do governo Bolsonaro, a desigualdade na renda do trabalho nas regiões metropolitanas brasileiras atingiu patamares recordes em 2020. De acordo com o boletim “Desigualdade nas Metrópoles”, na média dos quatro trimestres do ano passado, a renda dos 10% mais ricos representava 39 vezes o ganho dos 40% mais pobres. Um absurdo.
Em sua terceira edição, o estudo “Desigualdade nas Metrópoles” foi desenvolvida pela PUC-RS, em parceria com o Observatório das Metrópoles e o RedODSAL (Observatório da Dívida Social na América Latina), tendo como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do IBGE.
O levantamento considera a renda do trabalho, sem incluir inclui benefícios como o auxílio emergencial, que foi pago de maio a dezembro de 2020. A divisão da renda dos 10% mais ricos pelos 40% mais pobres para medir a desigualdade é conhecida internacionalmente como Índice Palma.
As maiores diferenças de ganho entre os mais ricos e os mais pobres foram verificadas nas regiões metropolitanas de João Pessoa (88,3 vezes) e do Rio de Janeiro (59,7). O Rio mostra, historicamente, níveis de desigualdade semelhantes aos dos estados do Norte e Nordeste, os mais pobres do país. Na região metropolitana de São Paulo, ficou pouco acima da média (40,2 vezes). As menores diferenças estão nas regiões de Curitiba e Goiânia, ambas com 23,2 vezes.
Diferença de oportunidade
O estudo também traz uma parte dedicada à questão da desigualdade de oportunidade. Segundo o trabalho, entre os 40% mais pobres, 8,8% das pessoas com idade correspondente ao ensino fundamental e 26,9% daqueles com idade para o ensino médio apresentavam anos de escolaridade abaixo do esperado. Nos 10% mais ricos, esses valores eram de 2,7% e 4,4%, respectivamente.
Além disso, no estrato dos mais pobres, 16,8% dos jovens entre 18 e 24 anos haviam ingressado no ensino superior na média dos últimos quatro trimestres. Entre os mais ricos, eram 66,4%.
Fonte: FEEB/BaSe