Home / Brasil / Desmonte dos bancos públicos ameaça toda a economia

Desmonte dos bancos públicos ameaça toda a economia

A Câmara dos Deputados debateu, na terça-feira (5), em comissão especial, os impactos da reestruturação dos bancos públicos na economia brasileira – o governo de Michel Temer promove a venda e o sucateamento das instituições financeiras estatais.

Segundo o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), autor do requerimento para realização do debate, a questão central é discutir a defesa da soberania nacional.

“Já entregaram os bancos regionais. Estas instituições (públicas, especialmente Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal, mas também os bancos estaduais) estão sendo anunciadas como parte de um processo de reestruturação do sistema financeiro brasileiro. Como pensar a indústria sem o BNDES? É o esvaziamento das instituições públicas do país. Não aceitamos a privatização dos bancos públicos”, declarou.

O parlamentar criticou a chamada reestruturação, que está levando as instituições ao sucateamento, em vez de às respectivas recuperações.  “Nós temos o dever de legar às próximas gerações instituições públicas na área financeira mais sólidas e mais completas, mais capazes de produzir o desenvolvimento do que as gerações anteriores. Nós estamos falando aqui de instituições seculares. E não podemos imaginar que elas estão superadas, muito pelo contrário. Deveríamos pensar em reestruturação no sentido de fortalecê-las e não de esvaziá-las”, defendeu.

Sob gestão de Michel Temer, o BNDES reduziu de R$ 50 para R$ 19 bilhões as linhas voltadas para inovação, máquinas e equipamentos, bens de capital, exportação pré-embarque e projetos transformadores.

Criado em 1922 para o desenvolvimento nacional e estruturação do financiamento da indústria, o BNDES tinha mais recursos para crédito que o Fundo Monetário Mundial e que o Banco Mundial. De 2003 até recentemente o banco foi o mais sólido e estável instrumento do financiamento da indústria do país.

Entre as maiores instituições bancárias do país em oferta de crédito imobiliário, com 8,63% de participação, o Banco do Brasil vem mudando seu campo de atuação, reduzindo este tipo de operação – atualmente, a carteira do banco nesta modalidade de empréstimo está em R$ 53 bilhões. O BB perde apenas para a Caixa Econômica Federal (CEF), que ocupa o primeiro lugar, com participação de 51,72% do mercado.

Até o primeiro trimestre, só o BB totalizou o fechamento de 551 unidades e a Caixa encerrou as atividades de 131 agências, além do enxugamento de mais de 13 mil postos de trabalho, contando as vagas de estagiários, conforme relatório das instituições.

Presidente da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB), Reinaldo Fujimoto, contabiliza a perda 10 mil trabalhadores com o incentivo à aposentadoria, recentemente indicado pela diretoria. “Muitas agências serão fechadas. A população menos favorecida, a pessoa que trabalha com agricultura, e que precisa dessa agência não será mais assistida. Essas pessoas terão que se deslocar 30 quilômetros ou mais. A quem interessa de fato esse desmonte?”

A meta para tornar o Banco do Brasil “mais leve” apresentada internamente, segundo os funcionários, era de uma redução que poderia chegar a até 18 mil do atual quadro, que conta com 115 mil profissionais.

Em junho deste ano, o secretário geral da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos de Souza, denunciou “terrorismo psicológico” contra os funcionários do Banco do Brasil no processo de reestruturação. “As informações sobre demissões não foram dadas em discussões com os funcionários, não chegaram aos sindicatos e entidades ou mesmo nas agências”, criticou.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Veja Mais!

Apostas online são armadilhas que dão prejuízos imensos à maioria dos trabalhadores

O cenário das apostas online no Brasil, desde sua liberação em 2018, trouxe profundas consequências …