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Golpe Militar no Brasil completa 55 anos

Foto: Evandro Teixeira

31 de março de 1964. Data em que o Brasil viveu o golpe militar que instaurou a ditadura no país até 1985. Foram 21 anos de censura, torturas e mortes. Dados da Comissão da Verdade relembram o saldo desse período sombrio: 434 mortos ou desaparecidos e somente 33 corpos foram localizados até os dias de hoje.

Em 2014, foi entregue um documento à ex-presidenta Dilma Rousseff, em que a comissão responsabiliza 377 pessoas pelas mortes e desaparecimentos durante o regime militar. Famílias destruídas, mulheres estupradas, crianças torturadas fisicamente e psicologicamente, entre outras barbaridades, aconteciam de forma corriqueira.

O cenário pré-ditadura era de crise nas relações políticas. Os setores conservadores avançaram contra o governo do então presidente João Goulart, que adotara medidas como a redistribuição de renda, reforma agrária e a mobilização sindical. O “Comício das Reformas”, ocorrido algumas semanas antes do golpe e considerado um marco histórico, foi organizado por entidades sindicais, Frente de Mobilização Popular (FMP), Partido Comunista Brasileiro (PCB), Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) e União Nacional dos Estudantes, contando com o presidente João Goulart, Darcy Ribeiro, Leonel Brizola, entre outros.
Na ocasião, foram defendidas as reformas de base – agrária, administrativa, bancária, eleitoral e universitária – ou seja, apesar dos avanços, muitas das pautas ainda são levadas à discussão por trabalhadores, estudantes e civis, permanecendo em aberto até os dias de hoje.

E é hoje que brasileiros vivem o contrassenso de assistirem a pessoas, legitimadas pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro, exaltarem e comemorarem o golpe militar. A ditadura, que completou 55 anos no último domingo (31), deixou suas marcas, e muitos tentam negá-las ou até mesmo justifica-las. Manifestações contra e a favor da ditadura aconteceram em todo o país.

Para a diretora de Assuntos Jurídicos do SEEB/VCR, Sarah Sodré, comemorações ligadas à ditadura merecem ser repudiadas. “Enquanto entidade representativa e pela sua função social, o Sindicato repudia veementemente qualquer ato de comemoração em relação a esse período em que pessoas foram mortas e torturadas por manifestarem sua opinião e buscarem melhorias e igualdade de oportunidade para toda a população. O governo deve sempre zelar pelo seu povo para que tenha uma vida digna e cumprir os preceitos fundamentais de sua Constituição. Ante ao cenário de ataques constantes aos direitos dos trabalhadores, os sindicatos, juntamente com outras organizações sociais, fazem o enfrentamento nos dias de hoje assim como o fizeram no árduo período de ditadura militar”, conclui.

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