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Governo Federal não tem plano, mas Pazuello diz que vacina da covid será nacional

Ao mesmo tempo em que diversos países do mundo se preparam para iniciar as primeiras fases de vacinação contra a covid-19, no Brasil, as discussões sobre o tema continuam permeadas pela disputa política. Um dia após o governo do estado de São Paulo anunciar data para o início da campanha de imunização, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que não podem haver planos paralelos e que a campanha será nacional.

“Qualquer vacina a que nós tenhamos acesso, fabricada no Brasil ou importada, que seja disponibilizada pra nós e que tenha registro da Anvisa, será alvo de contratação do governo federal”, disse Pazuello em pronunciamento à imprensa. O ministro enfatizou que o planejamento compete à União e lançou uma indireta ao governador João Doria (PSDB): “não podemos dividir o Brasil num momento difícil que todos nós passamos”.

Mais cedo, ao responder questionamentos de governadores sobre a vacina chinesa CoronaVac, Pazuello disse que a aprovação da Anvisa deve demorar dois meses após os resultados finais dos testes. O imunizante é produzido no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. O ministro da Saúde afirmou que a substância será adquirida “se houver necessidade”.

Cabe lembrar, no entanto, que o próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já declarou que o imunizante chinês não será adquirido. Em outubro, ele desautorizou um protocolo de intenção de compra feito pelo Ministério da Saúde. O presidente insinuou que o imunizante causaria morte, invalidez e anomalias e comemorou como uma vitória pessoal a suspensão das pesquisas após a morte de um voluntário. O óbito não estava relacionado à aplicação do imunizante.

 

Cobrança por planejamento

As afirmações de Pazuello nesta terça-feira (8), ocorrem após dias de muita pressão por parte de estados, municípios e entidades para que o governo federal estabeleça um planejamento mais efetivo para a vacinação contra o coronavírus. As únicas definições até agora dizem respeito aos grupos prioritários que vão receber as doses primeiro. Não há datas, informações sobre distribuição ou certeza sobre o número de doses que o Brasil vai conseguir.

Após o anúncio do governo de São Paulo, as cobranças se intensificaram. Em resposta, o ministro afirmou que a vacina produzida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca pode ter registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até o fim fevereiro de 2021.

Ele disse também que está em curso uma negociação para compra de 70 milhões de doses do imunizante fabricado pela Pfizer. Como a substância tem condições específica de armazenamento a temperaturas abaixo de -70º, a possibilidade de aquisição pelo Brasil é cercada de dúvidas. Ainda assim, Pazuello prevê 8,5 milhões de doses no primeiro semestre de 2021.

Propagação acelerada

Enquanto os embates e interesses políticos dominavam o debate do dia, o Brasil registrou 51.088 novos contaminados pela covid-19 em 24 horas. Se esse ritmo for mantido ao longo da semana, o país terá o sexto período seguido de aceleração da pandemia, cada vez mais próximo aos piores níveis já registrados em território nacional.

De acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o total de pessoas que já foram infectadas no país chegou a  6.674.999 nesta terça-feira (8). Em um dia, foram confirmado 842 óbitos. A soma de vidas perdidas para o coronavírus no país é de 178.159 pessoas.

Fonte: Brasil de Fato.

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