O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou reunião da Comissão Temporária Covid-19 (CTCOVID19) nesta quinta-feira (25) e disse que o governo só vai aumentar o auxílio emergencial para R$600 se houver uma onda de privatizações, pretendidas pelo ministro desde que chegou ao governo.
“O estado está financeiramente quebrado, mas cheio de ativos. Vimos que é possível aumentar o valor, mas tem que ser em bases sustentáveis. Se aumentar o valor sem por outro lado ter as fontes de recursos corretas, traz a superinflação ou a inflação de dois dígitos como era antigamente. O resultado final é desemprego em massa e o imposto mais cruel sobre os mais pobres que é a inflação”, disse o ministro neoliberal.
A “solução” apresentada por Guedes é promover a venda de ativos (estatais) e encaminhar o valor recebido com as privatizações para um “fundo”. “Vamos pegar o patrimônio que o Estado brasileiro tem e vamos entregar uma parte para os mais pobres e outra parte para reduzir a dívida”, propôs.
A sugestão do ministro foi criticada por parlamentares. “O que o senhor apresentou para o povo brasileiro até hoje foi venda do patrimônio, e não são empresas que estão dando prejuízo, não, ministro. O senhor está vendendo patrimônio do povo brasileiro de empresas superavitárias, como o senhor está apresentando aí para vender a Eletrobras. E ajustes fiscais”, criticou a senadora Zenaide Maia (Pros-RN).
Maia ainda afirmou que o retorno do auxílio – com um valor bem inferior ao do ano passado – só veio após uma “chantagem” do governo, que forçou a aprovação das regras fiscais rígidas da PEC 186/2019, chamada de “PEC Emergencial”. O benefício está entre R$175 e R$375 por família.
À Fórum, o líder da Minoria no Senado, Jean-Paul Prates (PT-RN), criticou a declaração de Guedes e disse se tratar de um nova chantagem. “O Ministro Paulo Guedes não pode vir aqui no Congresso Nacional novamente com sua estratégia de chantagens para pagar o auxílio de R$ 600. Na época da tramitação da PEC Emergencial, queríamos dar um cheque em branco para o Governo Federal pagar além do teto de R$ 44 bilhões proposto pelo próprio Ministro. Se o Governo e sua base tivessem aceitado isso, não teriam nenhum problema para pagar um auxílio emergencial maior do que esses ridículos R$ 250, em média. Um absurdo!”, disse.
“Não vamos aceitar a venda de nossas empresas públicas como a Petrobras, os Correios e a Eletrobras. O Brasil não precisa disso para socorrer a população, destinar mais verbas para a saúde ou pagar um auxílio emergencial de valor maior. Vivemos uma situação de guerra contra a Covid-19. O atual momento do país exige esforços para acabar ou minimizar os efeitos da pandemia. Essa pauta do governo não é prioridade. As prioridades, no momento, são: vacinas, mais leitos de UTI Covid e medicamentos”, completou.
Fonte: Brasil de Fato.