Enquanto o pobre sofre com o peso da carga tributária, os mais ricos deixaram de pagar mais de R$ 650 bilhões em impostos entre 2007 e 2018 por conta da regressividade das alíquotas sobre os ganhos para as altas rendas. Só privilégio.
Os dados são do estudo “Concentração de Riquezas no Brasil”, que considera que o acúmulo de riquezas se dá por uma ineficiência da tributação sobre a renda em fisgar uma parcela dos altos rendimentos. Além disso, há baixa tributação sobre as grandes heranças e doações.
Entre 2007 e 2018, os contribuintes com rendas superiores a 30 salários mínimos passaram a pagar cada vez menos impostos, uma vez que os índices diminuíram ano a ano. No outro lado da corda, os trabalhadores com rendas mais baixas, que pagaram mais tributos.
O valor médio do patrimônio dos ricaços que estão entre o 0,01% da população mais rica do país é 610 vezes superior ao dos 80% da população que recebe até cinco salários mínimos.
A regressividade das alíquotas efetivas do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) e a reduzida alíquota máxima sobre doações e heranças aceleram a concentração das riquezas, que, além de injusta, não contribui para a circulação da renda nas atividades econômicas. Uma boa parte das grandes fortunas não se converte em investimento produtivo. Já passou da hora do Brasil tributar as grandes fortunas para reduzir as desigualdades.
Fonte: SBBA.