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Número de desempregados no Brasil bateu novo recorde e atingiu 14,4 milhões em fevereiro

Estatísticas divulgadas nesta sexta-feira (30) pelo IBGE indicam que a taxa de desemprego aberto no Brasil subiu a 14,4% no trimestre compreendido entre dezembro de 2020 a fevereiro de 2021, o que levou o número absoluto de brasileiros e brasileiras desocupadas a bater um novo recorde e alcançar 14,4 milhões.

O drama da desocupação involuntária na verdade é mais amplo. É preciso acrescentar nesta conta o exército de desalentados, também recordista. São 6 milhões de desempregados que simplesmente desistiram de procurar emprego e foram temporariamente excluídos do mercado. Temos ainda uma vasta multidão de subocupados.

O nível de ocupação continua abaixo de 50%, o que significa que mais da metade da população brasileira em idade ativa não tem ocupação. 29,9% da população economicamente ativa (32,6 milhões) estão subutilizados. Trata-se de um desperdício imensurável de forças produtivas, o que traz perdas irreparáveis ao desenvolvimento nacional.

O estado lastimável do mercado de trabalho brasileiro não reflete apenas a pandemia, mas sobretudo a política econômica errática e desastrosa do governo Bolsonaro, comandada por um rentista incompetente e embriagado pelos interesses do mercado e o fundamentalismo neoliberal. A solução da crise passa por uma mudança radical na política econômica.

Leia abaixo a íntegra da notícia publicada no site do IBGE sobre o tema:

taxa de desocupação (14,4%) do trimestre móvel de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021 ficou estável frente ao trimestre de setembro a novembro de 2020 (14,1%) e teve alta de 2,7 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre móvel de 2020 (11,6%).

Indicador/Período Dez-Jan-Fev 2021 Set-Out-Nov 2020 Dez-Jan-Fev 2020
Taxa de desocupação 14,4% 14,1% 11,6%
Taxa de subutilização 29,2% 29,0% 23,5%
Rendimento real habitual R$ 2.520 R$ 2.585 R$ 2.488
Variação do rendimento real habitual em relação a: -2,5% 1,3%

população desocupada (14,4 milhões de pessoas) é recorde da série histórica iniciada em 2012, crescendo 2,9% (mais 400 mil pessoas desocupadas) ante o trimestre de setembro a novembro de 2020 (14,0 milhões de pessoas) e subindo 16,9% (mais 2,1 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre móvel do ano anterior (12,3 milhões de pessoas).

população ocupada (85,9 milhões de pessoas) ficou estável em relação ao trimestre móvel anterior e caiu 8,3%, (menos 7,8 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2020.

nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) chegou a 48,6%, ficando estável frente ao trimestre móvel anterior (48,6%) e recuando 5,9 p.p. em relação a igual trimestre do ano anterior (54,5%).

taxa composta de subutilização (29,2%) ficou estável frente ao trimestre móvel anterior (29,0%) e subiu 5,7 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2020 (23,5%).

população subutilizada (32,6 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre móvel anterior e cresceu 21,9% (mais 5,9 milhões de pessoas) em relação a igual trimestre de 2020.

população fora da força de trabalho (76,4 milhões de pessoas) ficou estável ante o trimestre anterior e cresceu 15,9% (10,5 milhões de pessoas) frente a igual trimestre de 2020.

população desalentada (6,0 milhões de pessoas) é recorde da série histórica, ficando estável frente ao trimestre móvel anterior e crescendo 26,8% ante o mesmo período de 2020.

percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (5,6%) ficou estável frente ao trimestre móvel anterior e subiu 1,4 p.p. ante o mesmo período de 2020 (4,2%).

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 29,7 milhões de pessoas, com estabilidade frente ao trimestre anterior e queda de 11,7% (menos 3,9 milhões de pessoas) frente ao mesmo período de 2020.

O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (9,8 milhões de pessoas) ficou estável em relação ao trimestre anterior e reduziu 15,9%, menos 1,8 milhão de pessoas frente a igual trimestre de 2020.

O número de trabalhadores por conta própria (23,7 milhões) teve alta de 3,1% frente ao trimestre móvel anterior (mais 716 mil de pessoas) e caiu 3,4% ante o mesmo período de 2020 (menos 824 mil pessoas).

A categoria dos trabalhadores domésticos domésticos (4,9 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre anterior, mas recuou 21,0% (-1,3 milhão de pessoas) ante o mesmo período de 2020.

taxa de informalidade foi de 39,6% da população ocupada, ou 34,0 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido 39,1% e no mesmo trimestre de 2020, 40,6%.

rendimento real habitual (R$ 2.520) caiu 2,5% frente ao trimestre móvel anterior e ficou estável em relação ao mesmo trimestre de 2020. Já a massa de rendimento real habitual (R$ 211,2 bilhões) ficou estável ante o trimestre móvel de setembro a novembro de 2020 e caiu 7,4% frente ao mesmo trimestre de 2020 (menos R$ 16,8 bilhões). Taxa de desocupação – Brasil – 2012/2021

No trimestre móvel de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), estimada em 100,3 milhões, cresceu 0,7% (mais 721 mil pessoas) ante o trimestre móvel anterior e recuou 5,4% (menos 5,7 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2020.

O número de ocupados em todos os grupamentos de atividades ficou estável frente ao trimestre de setembro a novembro de 2020.

Já na comparação com o mesmo trimestre móvel de 2020, ocorreram reduções em sete grupamentos: Indústria Geral (10,8%, ou menos 1,3 milhão de pessoas), Construção (9,2%, ou menos 612 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (11,1%, ou menos 2,0 milhões de pessoas), Transporte, armazenagem e correio (12,2%, ou menos 607 mil pessoas), Alojamento e alimentação (27,4%, ou menos 1,5 milhão de pessoas), Outros serviços (18,1%, ou menos 917 mil pessoas) e Serviços domésticos (20,6%, ou menos 1,3 milhão de pessoas). Os três grupamentos restantes mostraram estabilidade.

O número de empregadores (3,9 milhões de pessoas) ficou estável em relação ao trimestre móvel anterior e recuou 12,5% (menos 552 mil pessoas) ante o mesmo trimestre de 2020.

Já o grupo dos empregados no setor público (12,0 milhões de pessoas), que inclui servidores estatutários e militares, ficou estável frente ao trimestre anterior e cresceu 5,1% (584 mil pessoas a mais) frente ao mesmo período do ano anterior.

O número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas (6,9 milhões de pessoas) ficou estável em relação ao trimestre anterior e cresceu 6,3% (mais 406 mil pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2020.Taxa composta de subutilização – Trimestres de dezembro a fevereiro – 2012 a 2021 (%)

Quanto ao rendimento médio real habitual, dois grupamentos de atividade mostraram quedas frente ao trimestre anterior: Alojamento e alimentação (6,8%, ou menos R$ 105) e Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (5,2%, ou menos R$ 190). Os oito grupamentos restantes mostraram estabilidade nesta comparação.

Frente ao trimestre de novembro de 2019 a janeiro de 2020, houve quedas no rendimento de quatro grupamentos de atividade: Construção (4,8%, ou menos R$ 88), Transporte, armazenagem e correio (7,8%, ou menos R$ 189), Alojamento e alimentação (9,7%, ou menos R$ 154) e Serviços domésticos (3,6%, ou menos R$ 35). O único aumento foi em Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (5,3%, ou mais R$ 193). Os cinco grupamentos restantes mostraram estabilidade.

Entre as categorias de ocupação, frente ao trimestre anterior, houve queda no rendimento médio real habitual dos Empregadores (11,0%, ou menos R$ 739) e estabilidade nas demais categorias. Frente ao mesmo trimestre de 2020, nenhuma categoria de emprego teve variações significativas no rendimento.

 

Fonte: CTB

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