Pressionado pela defesa da política de preços dos combustíveis implantada em sua gestão, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, pediu demissão na manhã desta sexta (1). A decisão foi comunicada aso mercado enquanto o executivo estava reunido com o presidente Michel Temer, em Brasília.
Implantada em outubro de 2016 e revista em julho de 2017, a política de preços dos combustíveis entrou no centro do debate econômico após o início da greve dos caminhoneiros, recebendo críticas tanto da oposição quanto da base do governo.
Dados divulgados pela estatal demonstram que, no balanço do primeiro trimestre, ela está perdendo espaço no mercado brasileiro por causa das importações. A companhia era responsável por 90% das vendas de gasolina no país em 2016, chegou a 77% em fevereiro deste ano. Em relação ao diesel, a participação caiu de 83% em 2016 para 64% em janeiro.
Além disso, a nova política de preços da Petrobras, elaborada pelo governo Temer, favoreceu amplamente as empresas externas. Ao alinhar os preços, os concorrentes da Petrobras agora preferem negociar grandes cargas de combustíveis de refinarias no exterior para revender no Brasil. O governo também criou uma Medida Provisória que estabeleceu a redução de tributos às petrolíferas estrangeiras na exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, significado uma renúncia de R$ 50 bilhões por ano.
Parente assumiu a presidência da Petrobras em junho de 2016, em substituição a Aldemir Bendine, hoje preso pela Operação Lava Jato.
Com informações da Folha de São Paulo.