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Remuneração variável: uma pegadinha de mau gosto

 

As alterações promovidas pela reforma trabalhista, sancionada por Temer, estão permitindo o avanço da precarização do emprego em todo país. No setor bancário, cujo apetite por lucros cada vez maiores já resultava na exploração física e mental de seus funcionários, a tendência é que a opressão nas relações de trabalho aumente. Prova disso são os programas de remuneração variável já implementados pelos bancos públicos.
No Banco do Brasil, o Programa Extraordinário de Desempenho Gratificado (PDG), Game Center, Conectados e Receita Interna de Vendas (RIV) são exemplos das “pontuações por mérito”. Só para citar um caso, o PDG, que era utilizado para as funções gerenciais das Unidades de Negócios, foi ampliado para outros segmentos, como escriturários, assistentes e caixas. Além de ser vinculado às metas de avaliação, aumentando a pressão sobre os trabalhadores, o pagamento da remuneração variável só ocorre para os 30% maiores colocados de cada segmento, deixando o restante dos bancários excluídos, mesmo que atinjam as metas impostas pela direção. Outro problema é que o “prêmio” é pago por meio de crédito no cartão Alelo, o que não incide sobre as contribuições ao INSS e ao FGTS.
Já na CEF, o Bônus Caixa remunera os gerentes, superintendentes, coordenadores e supervisores pelas metas atingidas no Realize. Além de discriminar a maior parte dos trabalhadores que participam do resultado do banco, o programa alertou o movimento sindical para a possibilidade do fim da PLR, já que esta passou a ser paga pela Caixa apenas em 2004, após muita luta da categoria. Anteriormente a CEF pagava apenas a PRX, atrelada a metas e praticamente só os gestores recebiam a remuneração.
As remunerações variáveis, independente das funções alvo, se apresentam como um risco para a categoria bancária por acirrar a concorrência entre os colegas, privilegiando o individualismo e desmobilizando a luta coletiva. Estes programas também promovem um campo fértil para o surgimento de metas cada vez mais abusivas, para a redução da remuneração final e para o agravamento dos casos de adoecimento bancário. “Somos totalmente contrários a esses tipos de ‘incentivos’, pois servem apenas para enganar os bancários, acirrar competição entre colegas e promover situações de assédio ainda maiores. Além disso, não são valores que terão impacto nas verbas salariais fazendo com que apenas o banco obtenha ganhos. Alertamos os colegas quanto ao conteúdo de tais ações para que não sejam coagidos a buscarem resultados inalcançáveis”, afirma Larissa Couto, vice-presidente do Sindicato.

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