Sem nenhuma negociação com o movimento sindical ou aviso prévio aos bancários, o Santander decidiu abrir as suas 3 mil agências no próximo sábado, 22 de janeiro, das 10h às 14h, para o lançamento da campanha “Desendivida”. A iniciativa foi anunciada no domingo (16), durante o programa Fantástico da Rede Globo, pegando os trabalhadores de surpresa.
Foram convocados para o trabalho, os gerentes de negócios e serviços de 8 horas; gerentes gerais; e gerentes PJ, PF e Van Gogh. Os bancários que trabalharem não receberão hora extras, apenas, compensarão uma hora e meia para cada hora trabalhada, na semana seguinte à ação.
A medida do banco desrespeita a jornada dos bancários, que trabalham de segunda a sexta-feira. Além disso, coloca em risco a vida destes trabalhadores, pois o Brasil está no meio de um novo surto de covid-19 e de influenza. Mas, nada disso foi levado em conta pelo Santander.
É preciso frisar ainda que não houve nenhuma negociação sobre a abertura com o movimento sindical, que está realizando uma pesquisa com os funcionários do Santander sobre o tema, a fim de saber quais medidas serão adotadas contra o banco.
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Desrespeito
Esta não é primeira vez que o Santander tenta abrir as agências aos sábados. Em 2019, o banco espanhol decidiu que os seus funcionários iriam trabalhar, sem receber nada, aos sábados para oferecer orientação financeira à população. A medida foi derrotada pela ação das entidades sindicais, que fizeram protestos e manifestações nas portas das unidades bancárias e impediram o funcionamento.
A nova ação do Santander reforça o entendimento dos sindicatos, de que os bancos estão por trás das sucessivas tentativas do governo Bolsonaro de liberar o funcionamento das agências bancárias nos finais de semana. Mostra ainda, mais uma vez, a importância de lutar pela revogação da reforma trabalhista e de todas as mudanças que flexibilizam os direitos dos trabalhadores e permite ações absurdas como esta do Santander.
Fonte: FEEB/BA-SE.