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Santander premia gestores com safari e pune gerentes

Desde o mês de julho passado, o Santander exigiu a intensificação das vendas de seguros. Para incentivar a campanha, o banco prometeu um safari na África, mas somente para os gestores das equipes vencedoras. Para os gerentes PF e PJ sobrou punição.

Isso porque esses bancários foram pressionados pelos líderes a venderem os seguros com um valor maior na primeira parcela e as demais com valor menor – a chamada venda com endosso no próximo mês.

Após terem seguido as ordens dos líderes, alguns gerentes foram punidos. E só ganharam a viagem Heads e Regionais do banco.

“A gravidade está aí: punir os gerentes PJ e PF. Justamente eles que fizeram a venda de seguros com mais intensidade para seus gestores viajarem” critica André Bezerra, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancário do Santander. “Inclusive tem uma Head responsável pelos PJs, chamada de ‘rainha do endosso’, e que foi para a África”, conta ele.

A Coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Wanessa Queiroz, considera essa situação lamentável. “Mais uma vez o Santander pune seus trabalhadores com essa política de penalização com advertência. Esses gerentes seguiram as orientações dos próprios líderes na venda dos seguros”, reforça, lembrando que esse tipo de punição implica em dois tipos de prejuízo aos bancários. “Primeiro no recebimento da remuneração variável que representa de 50% a 60% do seu ganho anual. E também o impacto negativo em possíveis promoções ou transferências no curto prazo.”

O movimento sindical entrou em contato com o Santander para cobrar esclarecimentos, e para que as punições sejam retiradas. “Estamos cobrando do banco que sejam cumpridas as normas internas e as regras dos programas. Não pode haver privilégios para alguns, com prêmios em viagens, que resulte em punição aos colegas da rede”, diz Wanessa.

Cobrança intensa

André Bezerra conta que esses gerentes PJ e PF foram cobrados de forma muito intensa pelos seus líderes, tanto de agências, como de polo, de plataforma e outras área. “Tudo porque os gestores seriam beneficiados com um safari na África. Foram feitas as vendas, foi feita a apuração, houve os ganhadores. Só que agora, no final da campanha, alguns gerentes receberam carta orientativa, advertência ou medida disciplinar, porque eles venderam o seguro com endosso sob orientação ou pressão de seus líderes”, explica o dirigente.

Segundo denúncias recebidas pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, a venda com endosso no próximo mês já vinha ocorrendo há muito tempo, mas se intensificou após a Zurich Seguros, parceira do Santander, presentear os ganhadores com a viagem.

“Esses gestores cobraram e muito a venda do seguro, e o endosso todos estão cientes de como é feito. Algo recorrente no banco. O endosso existe, pois, a cobrança de meta é altíssima e só ofertamos com mais intensidade o seguro que os ganhadores (Heads e Regionais) nos cobraram por isso. Diziam ‘faz, faz que a gente resolve depois”, relatou um trabalhador da área.

“Cobramos do Santander a suspensão das punições para os gerentes. É inaceitável eles serem punidos por terem seguido ordens de quem poderia ser beneficiado por uma viagem como prêmio pelo atingimento de meta de venda de seguros”, completou André Bezerra.

Fonte: Seeb/SP, com edições da Contraf.

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