A Caixa Econômica Federal registrou 2,6 milhões de saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para compra da casa própria, em 2019. Os saques totalizaram R$ 20,4 bilhões no período. Entre 2014 e 2018, foram feitos 10,3 milhões de saques para habitação, o que corresponde R$ 73,3 bilhões.
Para o secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o FGTS é um seguro para o trabalhador e constitui um importante fundo de investimento social. “O FGTS é o principal fundo de investimentos do país. Quebrar a sua gestão pública, realizada por meio da Caixa, nada mais é do que acabar com esses investimentos públicos essenciais. Não podemos ser coniventes com esse desmando.”
Hoje, os recursos do FGTS são repassados para programas sociais administrados pela Caixa. A centralização do fundo no banco público ocorreu nos anos 1990, após proposição (PL 3144/1989) do então deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva. Até então as contribuições eram depositadas pelas empresas em 76 bancos, gerando grande confusão e perdas para os trabalhadores.
Para Takemoto, retirar o banco do Conselho Curador do FGTS é enfraquecer o papel da Caixa como banco público. “O FGTS é um fundo dos trabalhadores e que corre o risco de ser usado para especulação financeira dos bancos privados. Não podemos deixar que isso aconteça. Queremos um FGTS sobre o controle dos trabalhadores e que continue centralizado num banco púbico como a Caixa para ser usado para os trabalhadores.”
Como usar?
Quem tiver saldo no FGTS, pode usar a quantia para a compra de imóveis e construção, para quitar totalmente ou parcialmente a dívida em financiamento no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e diminuir em até 80% o valor das prestações em 12 meses consecutivos.
Segundo a Caixa, o FGTS pode ser usado para imóveis de até R$ 1,5 milhão em todos os estados brasileiros que serão destinados à moradia principal do comprador. A regra também determina que o FGTS não pode ter sido usado anteriormente para compra de imóvel há pelo menos três anos, ser residencial urbano, entre outras.
O FGTS não pode ser usado para imóvel comercial, reformas ou aumentar o imóvel, comprar terrenos sem construção ao mesmo tempo, comprar material de construção, compra para familiares, dependentes ou outras pessoas.
FGTS em consórcios
O consórcio é uma modalidade adotada por alguns brasileiros para a compra de bens de maior valor, como carros e imóveis. Quando a carta for focada na casa própria, o cliente pode utilizar o saldo do FGTS para dar o lance inicial, amortizar ou quitar parcelas.