O ex-presidente da estatal, Guilherme Campos, disse que o número de demissões poderá ser ainda maior caso a empresa não consiga arcar com as dívidas trabalhistas.
Segundo informações da colunista Andreza Matais, do Estadão, a proposta foi aprovada em fevereiro deste ano pela comissão diretora da empresa, mas mantida em sigilo há meses, o que não é comum. Há suspeita de que a medida tenha como objetivo beneficiar as agência do setor privado, que atuam nas proximidades das que serão fechadas e herdarão os serviços.
Apenas em São Paulo serão fechadas 167 agências: 90 na capital e 77 no interior. De acordo com os Correios, serão economizados R$ 190 milhões com a ação.
Conjuntura
Enquanto a estatal pretende beneficiar os franqueados e o lucro, mais de 5 mil brasileiros ficarão sem emprego, número que se soma à reforma trabalhista e ao já preocupante quadro de desemprego no país. Na última semana, o desemprego aumentou mais uma vez e chegou a 13,1%, segundo dados do primeiro trimestre de 2018 apurados pelo IBGE.
Em entrevista anterior ao Portal Vermelho, o economista Roberto Piscitelli, da Universidade de Brasília (UnB), destacou a importância dos investimentos públicos, em qualquer setor, para movimentar a economia e, consequentemente, gerar empregos nos país.
Para ele, o investimento do governo é indispensável para que o setor privado vá atrás do Estado e invista, gerando novas ocupações. Ou seja, o pontapé inicial para a mudança desse quadro deve ser do Estado, mas o que vem acontecendo é justamente o cenário oposto: demissões e privatizações.