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A extrema-direita vence a eleição

No último domingo, 28, brasileiras e brasileiros definiram o novo presidente da República no segundo turno das eleições. Com 55,13% dos votos válidos, a partir do dia 1º de janeiro de 2019, Jair Bolsonaro (PSL) se tornará o chefe do Executivo do Brasil. O futuro presidente, candidato da extrema direita, venceu em uma eleição marcada pela falta de debate, propagação de falsas informações e casos de intolerância e violência.

Os posicionamentos neoliberais e conservadores de Bolsonaro anunciam momentos duros de luta para a classe trabalhadora. Antes mesmo de tomar posse, o presidente eleito já havia declarado a defesa do livre mercado e a redução da atuação do Estado na implementação das políticas públicas.

“Diante do resultado dessa eleição, que aprovou um projeto de extrema direita, fica claro que será um governo a favor da economia de mercado, que o trabalhador deverá escolher entre o emprego ou manter seus direitos. Nós trabalhadores precisamos estar preparados para as dificuldades que virão e principalmente para lutar contra a retirada de direitos e a defesa das empresas públicas, que são fundamentais para diminuição da desigualdade. Outra luta, ainda mais importante, é manter nosso país no caminho da democracia”, destaca Paulo Barrocas, presidente do SEEB/VCR.

Desde já está sendo negociado com o presidente em exercício, Michel Temer, o retorno da reforma da Previdência à pauta legislativa ainda neste exercício. O conselheiro econômico da campanha de Bolsonaro, Paulo Guedes, já se posicionou e prejuízos já foram anunciados, como a aceleração das privatizações e a reforma da Previdência sob seu perfil liberal.

“Nosso papel enquanto trabalhador é fiscalizar e apontar excessos ou negligências do governo para que ele corrija. É preciso haver oposição e resistência, assim como fizemos no governo anterior, sem paixões por partido, mas com a intenção de equilibrar as forças entre capital e trabalho”, aponta Larissa Couto, vice-presidente do SEEB/VCR.

Números nas urnas
Mesmo sendo o primeiro colocado, o presidente eleito ficou longe de ter o apoio da maioria dos brasileiros aptos a votar. A quantidade de votos nulos, brancos e abstenções no pleito chegou a mais de 42 milhões de pessoas. O segundo colocado, Fernando Haddad, obteve 47 milhões de votos, cerca de 10,7 milhões a menos que o primeiro colocado. Ou seja, dos aproximadamente 148 milhões de eleitores aptos à votação, mais de 89 milhões de brasileiros não se manifestaram favoráveis ao candidato eleito.

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