Presidente da Fenae avalia que o corte em metade do benefício é um desrespeito com a população
Em reunião ministerial que aconteceu na manhã desta terça-feira (9), o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou que vai estender o pagamento do auxílio emergencial por mais dois meses. Porém, o valor de R$ 600,00 deve ser reduzido pela metade.
“O auxílio de R$600,00 já é pouco, pois não supre a necessidade mensal da família brasileira. Com a previsão da queda do PIB e o aumento do número de desempregados, que deve chegar a 20 milhões no final do ano, reduzir o valor do auxílio é uma vergonha. A gente não sabe quanto tempo a pandemia ainda vai durar”, avalia o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto.
Para Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, o Executivo fez, na verdade, dois anúncios – “O Governo disse que vai manter o benefício por mais dois meses, cortando o valor pela metade. E ainda que vai mexer no Bolsa Família, que é um programa premiado. É uma irresponsabilidade com a população brasileira”, disse. Segundo Serrano, mais de 400 mil famílias ainda estão na fila à espera de ser contempladas pelo programa. E o número de famílias atendidas tem diminuído. Em maio de 2019, 14,34 milhões de famílias recebiam o auxílio. No mesmo período deste ano, caiu para 14,28 milhões.
A conselheira também fez uma comparação dos valores que outros países atingidos pela pandemia estão oferecendo aos seus cidadãos – na Alemanha, são 5 mil euros; na França, 1.500 euros. Os japoneses vão receber 900 dólares mensais; no Canadá, 2 mil dólares. O valor do auxílio nos Estados Unidos é de 1.200 dólares. “No Brasil corresponderia a cerca de 120 dólares e o Governo ainda vai cortar para 60 dólares. É um completo descaso com a população. Vai, inclusive, na contramão do mundo”, destaca. Serrano lembra que o valor de R$ 600,00 foi aprovado pelo Congresso e que a intenção do Governo era pagar apenas R$ 200,00.
Balanço – Atualmente a Caixa está realizando o pagamento da segunda parcela do benefício. A terceira parcela deve começar a ser liberada no dia 17 de junho, para os beneficiários do Bolsa Família. Porém, de acordo com assessoria da Caixa, é preciso aguardar o calendário, que será divulgado pelo Ministério da Cidadania.
A Caixa já pagou 58,6 milhões de beneficiários. Até esta terça-feira (9), 107, 4 milhões de pessoas se cadastraram para receber o auxílio emergencial. 10,5 milhões de pessoas ainda aguardam análise da Dataprev ((Empresa de Tecnologia e Informação da Previdência).
É importante lembrar que o cadastro para solicitar o benefício pode ser feito até o dia 3 de julho. Além do site e do aplicativo Auxílio Emergencial, agora é possível fazer o cadastramento nas agências dos Correios. Desde segunda-feira (8), a empresa começou atendimento para quem não tem acesso à internet.