A média móvel de casos de covid-19 no país aumenta seguidamente há dez dias. Nesta quinta-feira (20), o resultado chegou a 65.729. O cálculo é feito a partir da soma de todos os dados dos últimos sete dias dividida por sete. Nas últimas 24 horas, mais 2.403 óbitos foram registrados. O contágio voltou a crescer no último período: 82.039 casos de covid registrados, maior que os 79.219 da véspera.
Com a atualização dos números, o Brasil totaliza 15.894.094 casos confirmados de contágio pelo novo coronavírus, e 444.094 mortos. O estado de São Paulo segue na frente com mais óbitos (106.437), o que não impede, porém, o relaxamento das medidas para evitar aglomerações pelo governador João Doria (PSDB).
Terceira onda da covid-19
Embora as médias móveis apontem queda no contágio e mortes, a médica sanitarista e pesquisadora de Fiocruz Lúcia Souto entende que o Brasil está entrando na terceira onda da pandemia de covid-19. “Os dados estão mostrando isso. O sistema de saúde começa a colapsar e em alguns lugares já estão colapsado”, disse, nesta quinta, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, do Jornal Brasil Atual.
“É a mesma história que se repete desde o ano passado. Não se consegue fazer no Brasil uma união nacional para enfrentar essa pandemia”, disse Lúcia, que é presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes). Ela voltou a cobrar do Ministério da Saúde o comando para alinhar o país em um lockdown. E do governo de Jair Bolsonaro a criação de condições econômicas para que isso ocorra.
Entre elas, a volta do auxílio emergencial de R$ 600 e ajuda para os pequenos empresários para que seja possível um isolamento capaz de conter a transmissão do vírus, principalmente no contexto brasileiro de baixa vacinação.
Política genocida
A médica lembrou que os países que levaram a pandemia a sério e tomaram essas medidas obtiveram bons resultados, inclusive econômicos. “O governo sabotou, de forma criminosa, medidas adotadas por estados e municípios, como Araraquara. O resultado é o recrudescimento da pandemia, a possibilidade de novas cepas para as quais a vacina poderá não ser eficaz. As consequências são imprevisíveis para o país que em essa política genocida.”
Integrante da Frente pela Vida, o Cebes está trabalhando em uma cronologia de todas as ações do governo de Jair Bolsonaro em relação à pandemia. O objetivo é apresentar o documento à presidência da CPI da Covid, para auxiliar a atuação dos senadores integrantes.
Fonte: Brasil de Fato.