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Discurso de Bolsonaro na ONU ‘apequena’ o país, dizem diplomatas estrangeiros

Falando a diplomatas e líderes de todo o mundo durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque (EUA), nesta terça-feira (20), o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), foi acusado por diplomatas de fazer palanque político ao fazer um discurso sobre problemas internos do país e até, indiretamente, atacando o ex-presidente Lula, citando um candidato que “teria sido condenado pela justiça”, quando na verdade o ex-presidente foi inocentado de todas as acusações, inclusive pela ONU.

Bolsonaro mentiu sobre a Petrobras, a pandemia, o meio ambiente e omitiu além dos quase 700 mil mortos em decorrência da Covid-19 no Brasil, os índices alarmantes de desmatamentos no país.

O discurso mereceu duras críticas de diplomatas estrangeiros, segundo o colunista do UOLJamil Chade.

“Teu presidente não entendeu onde está, quem ele representa e o cargo que ocupa”, disse um embaixador experiente a Jamil Chade.

Já um diplomata norte-americano debochou: “Ele (Bolsonaro) mente e acha que nós somos seus apoiadores?”, questionou.

“Poucos hoje prestam atenção às suas [de Bolsonaro] propostas. Se não fosse o primeiro a falar, dificilmente o mundo estaria escutando o que ele tem a dizer”, avaliou um diplomata europeu.

Bolsonaro foi o retrato de um país “apequenado” no mundo, que não atua como protagonista e que perdeu seu lugar de porta-voz dos países em desenvolvimento, escreveu o colunista sobre a impressão deixada pelo presidente.

Vexame mundial

A má educação como Bolsonaro se comporta em visitas a países estrangeiros chamou ainda mais a atenção do mundo durante o enterro da rainha Elisabeth II, da Inglaterra, realizado em Londres, nessa segunda-feira (19).

O presidente discursou em tom de campanha da bancada da embaixada brasileira a seus apoiadores, que desrespeitosamente agrediram jornalistas da BBC News (órgão de imprensa do governo inglês), dizendo que “eles não eram bem vindos”. Também houve bate-boca com cidadãos ingleses, que silenciosamente protestavam em frente à embaixada pelos assassinados no Amazonas por invasores de terras indígenas, do jornalista inglês, Dom Phillips e o ambientalista brasileiro Bruno Pereira.

Um dos cidadãos ingleses, rebateu indignado a atitude dos bolsonaristas pedindo respeito ao funeral da rainha da Inglaterra.

Também ao colunista Jamil Chade, diplomatas estrangeiros declararam que o comportamento do presidente brasileiro por Londres causou “consternação, indignação e até vergonha”.

As manifestações de diplomatas foram de comentários como “Poucos hoje prestam atenção às suas [de Bolsonaro] propostas. Se não fosse o primeiro a falar, dificilmente o mundo estaria escutando o que ele tem a dizer”, afirmou um diplomata europeu.

Na Europa, afirma Chade, diversos governos já orientaram suas chancelarias a manter o mínimo de contato possível com o bolsonarismo e adiar qualquer projeto mais substancial

Brasil de “faz de conta” 

O Observatório do Clima, também criticou a postura do ocupante da cadeira de presidente da República na ONU. Segundo a entidade, no Brasil real, as invasões de terras indígenas triplicaram, o número de indígenas assassinados é o maior desde 2003, o desmatamento na Amazônia cresceu 75% em relação à última década e o número de queimadas até meados de setembro de 2022 já é maior do que o de todo o ano de 2021.

No Brasil real, investimentos e acordos internacionais empacaram devido ao desmonte da governança ambiental e o país tornou-se um pária em fóruns nos quais era protagonista, como as negociações internacionais de clima”, complementou a entidade.

Fonte: CUT.

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